O Projeto de Extensão “Terapia com Hortaliças na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem Ebenezer: Projeto Renascer” aborda o tratamento à dependência química de forma inovadora na Comunidade Terapêutica Desafio Jovem Ebenezer em Extremoz, promovendo a recuperação e ressocialização de pacientes através do cultivo de hortaliças, terapia ocupacional e educação ambiental.
Conversamos com a professora Luciana de Castro Medeiros e o aluno Pedro Luiz Barros de Holanda Melo para nos contar mais sobre esse admirável projeto.
Como surgiu o projeto
Pedro nos contou que já trabalhava como voluntário em casas de recuperação para dependentes químicos há um ano e meio, quando começou a cursar a disciplina de curricularização da extensão e, junto com seus colegas de Engenharia Sanitária e Ambiental, construíram a ideia de produzir algum projeto voltado a essa comunidade.
Chegando à comunidade terapêutica e analisando os inúmeros problemas que os pacientes enfrentam, observaram que um dos piores problemas é a falta de alimento, principalmente por ser uma instituição sem fins lucrativos e dependente de doações. Pedro observou também que o local possuía uma horta, porém improdutiva. Portanto, decidiram implementar seus conhecimentos para ajudar a comunidade.
Ao final da disciplina, a professora Luciana de Castro, vendo esse o trabalho desenvolvido pelos alunos, decidiu dar um passo adiante e transformar o trabalho em um projeto de Extensão do IFRN/CNAT. Posteriormente, aprovado em um dos editais fomentados pela Pró-Reitoria de Extensão e o Campus Natal-Central.
Seus trabalhos
A cada 15 dias, acontecem aulas teóricas pela manhã sobre compostagem, autossuficiência e sustentabilidade. E durante a tarde, os participantes já colocam em prática os conhecimentos aprendidos. E para eles, a vontade de aprender parece aumentar muito mais a cada novo encontro. O projeto leva também outros palestrantes para agregar à formação oferecida como Nutricionistas e o Projeto Reciclamar, que ofereceram uma oficina de melhor aproveitamento dos alimentos e outra sobre a reutilização de plástico. Esse ciclo de ensino também os ajuda com a permanência no tratamento, porque muitos não mantém o tratamento a longo prazo por conta do grande desafio representado pela abstinência.
E apesar do projeto proporcionar aos pacientes um grande estímulo, a Professora Luciana acredita que o grande mérito é dos próprios participantes da comunidade terapêutica. Inclusive, ela deu o exemplo deles não terem ferramentas adequadas no início, o projeto podia apenas levar ferramentas emprestadas por um tempo, que depois eram devolvidas, mesmo assim, eles passavam a semana sem as ferramentas e conseguiam manter a produtividade. Agora, felizmente, o projeto recebeu o custeio previsto pelo edital em que fora aprovado pelo IFRN e efetuou a compra de ferramentas permanentes.
“É interessante também que eles pedem para a gente não soltar a mão deles, porque falam: – “Ah, professora! A gente está precisando resolver esse/ aquele problema”, então, estamos sempre pensando qual vai ser o próximo projeto e não vamos soltar a mão de ninguém.”
Com tudo isso, surgiu a vontade dos participantes da comunidade terapêutica virem conhecerem o IFRN/CNAT, o que já foi aprovado pelo diretor da comunidade e a Direção Geral do campus, e acreditamos que será muito benéfico para mitigar o sentimento de serem marginalizados que alguns chegam a externalizar.
Premiação SECITEX 2023
Vencedores na modalidade Pôster e na área temática de Meio Ambiente, Pedro nos contou a sensação de receber o prêmio:
“Indescritível! Rayssa ficou extasiada, até chorou. Sensação de dever cumprido! Não fomos com o intuito de vencer, mas com a intenção de apenas mostrar nosso trabalho. E foi a nossa força em equipe, pois todos se envolveram para a construção do trabalho, o que nos proporcionou chegar a esse prêmio tão valoroso.”
” Renascimento, porque eles querem mudar de vida. E nada melhor que uma planta brotando, para renascer esse sentimento de viver plenamente.” – Luciana Medeiros
